Um sério alerta paira sobre nossas plantações de tomate, deixando produtores apreensivos. Um vírus devastador, conhecido como Tomato Brown Rugose Fruit Virus (ToBRFV) ou simplesmente “rugoso do tomateiro”, tem se espalhado silenciosamente pelo mundo e se aproxima cada vez mais do Brasil. Muito pouco se sabe sobre o seu poder de destruição em campo aberto, mas os indícios são alarmantes.
A Origem e Disseminação do ToBRFV
O ToBRFV foi identificado pela primeira vez em 2014, em Israel, e desde então tem se espalhado gradualmente pelo mundo. Registros de perdas significativas já foram documentados na Ásia, Europa, América Central, México e, mais recentemente, no Norte da Argentina em agosto deste ano.
A Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária emitiu um alerta aos produtores brasileiros no dia 22 de agosto, destacando a ameaça iminente que esse vírus representa para as plantações de tomate do país. A orientação é para que todos fiquem em alerta e adotem medidas preventivas, como evitar o transporte de partes e frutos da Argentina para o Brasil.
Forma de Transmissão do ToBRFV
O que torna o ToBRFV ainda mais perigoso é a sua forma de transmissão. Diferentemente de outros vírus que afetam os tomateiros e outras culturas, o ToBRFV não depende de vetores, como insetos, para se espalhar na plantação. Ele pode se propagar pelo simples contato entre as plantas ou ser transportado por maquinários ou pelos seres humanos ao manipular uma planta infectada. Sua alta capacidade de disseminação aumenta substancialmente o risco de infecção nas plantações.
Os Danos Causados pelo ToBRFV
Até agora, os danos mais sérios provocados por esse vírus têm sido observados em estufas, onde algumas plantações chegaram a registrar perdas de 100%. No entanto, permanece uma incógnita o comportamento do ToBRFV em campo aberto. Não sabemos se ele possui o mesmo poder destrutivo das estufas ou se é sensível à radiação solar direta. O que é certo é que ele causa danos significativos à planta, prejudicando seu crescimento e afetando o desenvolvimento dos frutos, tornando-os impróprios para comercialização devido a questões estéticas e de sabor.
A Aparência da doença
O ToBRFV provoca manchas irregulares de cor marrom e amarelada nos frutos, deixando-os com uma textura diferente do normal. Além disso, podem ocorrer lesões de cor marrom no caule, deformações e manchas amarelas nas folhas, além de necrose nos frutos. É importante ressaltar que não há risco para a saúde humana ao consumir produtos afetados por esse vírus.
Variedades Resistentes e Prevenção
A empresa Syngenta foi pioneira no desenvolvimento de sementes resistentes ao ToBRFV, lançando cinco produtos com essa característica. No entanto, essas sementes não estão disponíveis no Brasil. A empresa monitora a evolução da doença e os possíveis impactos no país, com a perspectiva de lançar produtos com genética de resistência comprovada.
Para evitar a disseminação do ToBRFV e outras doenças, é crucial que os produtores adquiram sementes de empresas respeitáveis e de procedência confiável, evitando sementes “piratas” que podem estar contaminadas. Ao identificar uma planta com sintomas, deve-se acionar um técnico para avaliação e notificação às autoridades competentes. O produtor pode entrar em contato com a equipe da Acero, que está apta a identificar e notificar os órgãos oficiais em qualquer circunstância, mesmo de lavouras não atendidas pela empresa.
Depois de coletada a amostra, o produtor deverá destruir as plantas contaminadas, seguindo a orientação técnica. Até o momento, o Ministério da Agricultura e Pecuária não emitiu um protocolo específico para o manejo de lavouras contaminadas pelo ToBRFV, mas é importante seguir as orientações de profissionais qualificados.
Além disso, em caso de suspeita da doença, é necessário desinfetar imediatamente maquinários e ferramentas, sempre sob orientação profissional.
O momento exige atenção redobrada por parte dos produtores brasileiros. A disseminação do ToBRFV pode representar sérios prejuízos para a indústria de tomates no Brasil. A prevenção, a rápida identificação e a implementação de medidas adequadas são essenciais para proteger nossas plantações e garantir a qualidade dos produtos agrícolas brasileiros.
Fique alerta e tome as medidas necessárias para evitar a propagação desse vírus devastador. O futuro de nossas plantações pode estar em jogo e depende de cada um.
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