Falar que a nutrição é fundamental para o crescimento saudável da planta, assim como para gerar bons frutos, você já sabe. Mas fazer a correta adubação requer cuidados. Confira o passo a passo neste artigo.
Antes de aplicar a técnica, é necessário fazer a análise do solo e da folha para identificar a carência que deve ser suprida.
Análise do solo
A partir do estudo do solo é possível apontar as deficiências de nutrientes do terreno, escolher adubo e aplicar os insumos mais adequados. NESTE OUTRO ARTIGO você vai saber mais sobre coleta e análise do solo para não errar neste momento crucial.
Análise da folha
Após a análise do solo, vem o das folhas sadias, ou seja, livres de doenças ou não afetadas pelo ataque de insetos ou outros agentes. De acordo com a Embrapa, cada amostra deve conter aproximadamente 80 a 200 folhas. Em cada área homogênea, é preciso selecionar entre 10 e 15 árvores distribuídas aleatoriamente para a amostragem. Em seguida, será coletado entre 8 e 16 folhas por árvore (dependendo do tamanho das folhas).
A amostragem deve ser feita no período de janeiro a março, utilizando folhas com cinco a sete meses de idade, originárias de ramos frutíferos formados nas brotações primaveris. As folhas devem ser coletadas a uma altura de aproximadamente 1,5 m do solo, nos quatro quadrantes da copa.
Correção do solo na citricultura
Quando o solo está ácido, ou seja, com pH baixo, menos nutrientes ficam disponíveis, como o fósforo e o molibdênio. Outras consequências da acidez do solo são o aumento da toxidez de alumínio e comprometimento da atividade microbiana.
Esses problemas podem ser amenizados com a elevação do pH, por meio da adição de calcário (carbonato de cálcio e de magnésio). Nesse caso, recomenda-se elevar a saturação por bases a 70% na profundidade de 0 – 10 cm e o teor de magnésio a um mínimo de 9 mmolc/dm3, além de pH entre 6,0 e 6,5. Outra técnica bastante aplicada é a gessagem, que consiste na redução do alumínio em profundidade.
Nutrição à base de macro e micro elementos
Após fazer a análise do solo, da folha e a correção do solo, é hora de nutrir a planta com macro e micronutrientes. Nitrogênio, Fósforo, Potássio, Enxofre, Magnésio e Cálcio são exemplos de macronutrientes. Boro, Zinco, Manganês, Cloro, Ferro, Molibdênio, Cobalto, Níquel, Cobre são micronutrientes muito usados na adubação de citros.
A nutrição à base desses elementos vai evitar desenvolvimento insatisfatório e sintomas de deficiência da planta. Geralmente, os formulados NPK são os mais indicados para adubação, pois garantem o fornecimento de três nutrientes em uma única vez. Outra composição muito utilizada é do adubo superfosfato simples (SSP), conhecido por Super Simples. Juntamente com outros fertilizantes fosfatados, o SSP corrige os valores de fósforo do solo.
Melhores fases da planta para nutrição
Fique atento aos períodos mais indicados para adubação de citros:
- florescimento
- crescimento dos frutos
- após a colheita
- início da vegetação.
Além disso, é preciso que as adubações estejam associadas às épocas de chuvas. Os macronutrientes são aplicados via solo, de forma sólida ou através de fertirrigação. Já os micronutrientes podem passar pelo processo de aplicação foliar, com exceção do boro que tem maior absorção via solo.
A principal vantagem da adubação foliar é que os nutrientes são fornecidos diretamente nas regiões de demanda, o que permite melhor absorção. A técnica pode ser de forma corretiva, quando há falta de nutriente na planta, seja pela diagnose visual ou pela análise foliar. Ou de forma preventiva, antecipando a falta de nutrientes que podem comprometer a produtividade do vegetal.
Em resumo, para que se tenha um programa de correção de acidez e adubação do solo, é necessário o monitoramento da fertilidade do solo em tempo integral e também da avaliação do estado nutricional da planta. Isso permite que as práticas de calagem, gessagem e adubação sejam adequadamente feitas, definindo doses, fontes, épocas e modos de aplicação, observando sempre a variação que tem no plantio, formação (0-4 anos), produção (4 anos ou mais), além de haver variação em diferentes copas e porta-enxertos em termos de exigência nutricional. O acompanhamento da produção e a diagnose foliar são fundamentais para que se tenha ajustes no programa de adubação e que não comprometa a safra.
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