Como as mudanças climáticas prejudicam a agricultura

Como as mudanças climáticas prejudicam a agricultura

Café, milho e feijão estão entre as culturas mais afetadas; a possibilidade do fenômeno El Niño traz uma ameaça adicional aos produtores rurais em Minas Gerais. Leia o artigo para entender por que isso acontece e como evitar prejuízos na lavoura.

As mudanças climáticas têm um impacto significativo na agricultura em todo o mundo, e isso não é diferente no Brasil, especialmente em Minas Gerais. Com o aumento das temperaturas e a variação das estações do ano, os agricultores enfrentam desafios crescentes para manter suas culturas e garantir a produção.

De acordo com dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a temperatura média em Minas Gerais aumentou cerca de 1°C nos últimos 30 anos. Esse aumento na temperatura é acompanhado por uma diminuição na disponibilidade de água, o que leva a uma maior frequência de secas e a redução na produção agrícola.

Um estudo da Embrapa publicado em 2020 destaca que culturas como o café, milho e feijão estão sendo particularmente afetadas pelas mudanças climáticas em Minas Gerais. O café, por exemplo, é responsável por gerar emprego e renda em muitas regiões do estado, mas o aumento das temperaturas e a diminuição da chuva estão levando a uma redução na produtividade e na qualidade do café.

Como se adaptar às mudanças climáticas

Para se adaptar às mudanças climáticas, os agricultores em Minas Gerais estão investindo em tecnologias que permitem o uso mais eficiente da água, como sistemas de irrigação mais precisos e o plantio direto, como explica o gestor de culturas da Acero, Lucas Colombo:

“A adoção de práticas de agricultura de conservação, como a rotação de culturas e o cultivo mínimo, também podem ajudar a melhorar a saúde do solo e a adaptar as culturas às mudanças climáticas.”

Outra solução é a adoção de técnicas de agricultura de precisão, que permitem uma gestão mais precisa da produção, levando em conta as variações do clima e do solo. Isso inclui o uso de sensores remotos, como imagens de satélite, para monitorar as condições das plantas e do solo, e a utilização de softwares para ajudar na tomada de decisões, como o momento certo para a irrigação ou a aplicação de fertilizantes.

El Niño configura uma ameaça adicional em 2023

Os especialistas alertam para grande probabilidade de ocorrência do fenômeno El Niño em 2023. Isso deverá significar um ano mais seco, especialmente em Minas Gerais, com possíveis veranicos na entrada da safra, em outubro, e também se estendendo pelo mês de janeiro.

Como o El Niño afeta o Brasil

El Niño é um fenômeno climático que ocorre no Oceano Pacífico, caracterizado pelo aquecimento anormal das águas na região equatorial. No Brasil, o El Niño pode alterar a circulação atmosférica e, consequentemente, afetar o clima em todo o país. Durante o evento, é comum observar o aumento na frequência e intensidade das chuvas em algumas regiões, enquanto outras observam redução na quantidade de chuvas, levando a secas e problemas relacionados à falta de água, afetando diretamente a atividade agrícola.

De posse dessas informações, deve-se tomar atitudes em todas as etapas do estresse climático:

Antes – recomenda-se trabalhar uma profundidade de solo maior, explorando até 60 centímetros. Fazer correções do solo, corrigindo a acidez, para que a raiz, em momento de estresse agrícola, possa buscar água mais fria e em maiores profundidades.

Durante – Uso de aminoácidos utilizados pela planta em momentos de estresse, uma vez que o metabolismo dela será acelerado. Aportes foliares destes compostos são muito indicados.

Depois – Após o período de estresse, adotar soluções para que ela retome mais rapidamente a sua atividade fotossintética.

Veja mais detalhes neste vídeo com Lucas Colombo, gestor de culturas da Acero:

Assista! Lucas Colombo aponta caminhos para evitar prejuízos com El Niño

Todos juntos para amenizar os impactos

Além das medidas a serem adotadas no campo, os governos e as empresas também têm um papel importante a desempenhar no enfrentamento das mudanças climáticas. Investimentos em pesquisa e desenvolvimento de tecnologias mais sustentáveis, políticas de incentivo à adoção de práticas agrícolas mais responsáveis e a promoção da conscientização sobre a importância da sustentabilidade podem ajudar a enfrentar esses desafios.

Em resumo, é necessário um esforço conjunto da sociedade, governos e empresas para enfrentar essa questão global e garantir um futuro sustentável para a agricultura.

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